Por que fazer tabloides?

Atrair consumidores para as lojas através da divulgação de ofertas. Por muito tempo, este foi o único objetivo dos tabloides de varejo. Hoje, sua função foi expandida e se transformou num importante meio de comunicação institucional.

Ele é utilizado pelas lojas não só para divulgar preços e promoções, mas também para fixar a marca e o conceito de seu empreendedorismo ao público-alvo.

De acordo com a matéria “Tabloides próprios são eficientes para o varejo”, do site Universidade Martins do Varejo, o tabloide pode se adaptar a diversas situações, sendo uma ferramenta democrática.

Durante os anos, sua periodicidade também sofreu alterações. Se antes eram lançados a cada quinze dias, hoje passam a ter circulação diária em alguns estabelecimentos, com validade de um dia.

Outra importante mudança foi o processo de regionalização. Redes nacionais lançam tabloides específicos para cada região.

De acordo com Sônia Bittar, diretora geral do Instituto Data Popular e especialista em estudos do varejo, mesmo com todas as mudanças e adaptações, ainda há muito a ser explorado nesta valiosa ferramenta.

O maior desafio é fazer o público-alvo perceber o posicionamento da loja. É importante realizar uma pesquisa para descobrir quem é o consumidor antes de definir o posicionamento da empresa no mercado.

O menor preço nem sempre é o que atrai todos os tipos de consumidores. Por isso, é importante a divulgação dos diferenciais da empresa no tabloide.

Outro importante fator é o visual do encarte. É necessário acompanhar as tendências e evitar sérios erros, como tabloides poluídos visualmente e informações erradas.

Ideias que tornam a publicação interessante são introduzir dados extras, como dicas de conservação de alimentos, receitas e outros assuntos que podem orientar o consumidor. Utilizado como veículo de informação, educação com caráter comunitário, o tabloide contribui com um relacionamento mais aproximado ao cliente.

A seguir estão alguns dados e dicas publicados na matéria “Tabloides próprios são eficientes para o varejo”, do site Universidade Martins do Varejo.

Comportamento do consumidor

Quem gosta de receber tabloide promocional em casa?

Classes D e E: 35%
Classe AB: 26,2%

Quem vai ao estabelecimento aproveitar as ofertas depois de ter visto nos tabloides?

Classe DE: 48,3%
Classe C: 39,7%
Classe AB: 32%

Fonte: Instituto Data Popular

Vantagens da ferramenta

• Custo relativamente baixo em relação a mídias tradicionais, como jornais, revistas ou televisão.

• Ferramenta flexível (pode se moldar de acordo com o perfil da loja ou da promoção).

• Dependendo do local da distribuição pode influenciar o shopper antes da compra e no momento da compra.

• Comunicar/lembrar ao consumidor da região a presença da loja, o posicionamento do estabelecimento.

Dicas

• Monte um banco de imagens.

• Evite processos muito manuais na hora da produção do tabloide, pois eles aumentam as chances de publicar informações trocadas.

• Dê atenção especial para a qualidade das imagens.

• Cuidado com o tipo de papel, uma escolha errada pode gerar um tabloide pouco atrativo.

• Escolha letras que facilitem a leitura.

• Conheça as necessidades do consumidor da região onde você atua.

• Utilize o tabloide como instrumento de comunicação da loja com os clientes e não apenas para informar preços.

• Procure criar uma identidade, uma personalidade para o tabloide.

• Muito cuidado com as informações publicadas. O Código de Defesa do Consumidor obriga estabelecimentos a cumprirem toda informação ou publicidade veiculada enquanto houver estoque do produto anunciado.

Fonte: Matéria “Tabloides próprios são eficientes para o varejo”, do site Universidade Martins do Varejo, pesquisa sobre tabloides do Instituto Data Popular e matéria “Jornalzinho de varejo”, do site FCDL Notícias.

Folhetos representam até 27% das vendas de um supermercado

Os folhetos de promoções chegam a representar até 27% das vendas de uma loja, segundo Romualdo Teixeira, presidente da RTC, consultoria de varejo. O percentual é tido como elevado, já que as ofertas reduzem a margem, mas sinaliza a necessidade de um trabalho bem mais profissional do que o observado na maioria das empresas. Hoje, elas ainda têm como principal foco obter os melhores descontos, sem levar muito em conta o que desejam para o negócio e o que é mais relevante para os resultados.

Sem estratégia, não há planejamento e nem boa execução. Tudo vira improviso. Para o especialista Alexandre Ribeiro, da R-Dias Assessoria para o Varejo, a empresa tem que ter claro o seu posicionamento, ou de cada uma de suas bandeiras frente ao público, para definir as estratégias.

Em uma rede com posicionamento gourmet faz menos sentido um tabloide com produtos básicos do que em uma rede para a baixa renda. Já numa loja dirigida ao público A, funciona melhor uma oferta de picanha do que em um supermercado dirigido ao público C. Trabalhar com categorias e marcas formadoras de imagem, como arroz e Omo, sempre é um recurso de bom impacto, independentemente da classe social. Mas se limitar a essa decisão é perder oportunidades.

O que fazer

Além de planejamento e estratégias, todo tabloide precisa ser bem executado. Veja o que os consultores sugerem para você não cometer erros

A capa

Deixar poucas ofertas – no máximo cinco – a fim de não gerar confusão
Publicar as ofertas mais agressivas para logo criar impacto no consumidor

O tamanho

Tabloides regulares não precisam ter mais do que quatro páginas, com no máximo 20 ofertas em cada uma
Tabloides especiais ou sazonais podem ser maiores, com até 12 páginas

As ofertas

Troque as ofertas a cada semana, se a loja for mais focada em perecíveis, ou quinzenalmente, se a loja for abastecedora
Agrupe ofertas em soluções de consumo, como queijos e vinhos ou produtos de churrasco, dependendo da preferência do seu público

As informações

Não deixe de incluir informações sobre sua loja, como um mapinha mostrando exatamente onde ela está
Mesclar produtos de diferentes departamentos para aumentar o fluxo de clientes e conduzir o consumidor a vários corredores

Já a estratégia tem de ser bem definida e mesmo diversificada. Em alguns momentos, por exemplo, a loja pode resolver atrair tráfego, em outros, gerar lucro, e é possível misturar estratégias no mesmo tabloide.

Por isso convém planejar os folhetos. O ideal é que sejam pensados anualmente com as campanhas promocionais. Isso permitirá negociar melhor com os fornecedores e definir com eles as ações de marketing. Importante: quem define estratégia, marcas e produtos é a rede.

O fornecedor participa, mas não lidera o processo. Segundo Alexandre Ribeiro, a indústria pode e deve fazer propostas, mas é o supermercadista quem deve tomar as decisões em função das necessidades do seu negócio.

“Uma vez definidas as ofertas básicas, o supermercadista deve partir para estratégias mais sofisticadas, como criar tabloides temáticos ou sazonais, de Páscoa, Volta às aulas, Dia das Mães, Natal”, sugere Romualdo Teixeira. Outra boa possibilidade é montar soluções de consumo, como kits para churrasco ou queijos e vinhos.

Também é igualmente essencial medir os resultados das ofertas, mas não apenas das marcas presentes no tabloide. “O mais importante é avaliar o desempenho das categorias envolvidas, além do aumento do fluxo de clientes, o que pode ser feito com a análise dos cupons”, afirma Alexandre Ribeiro.

Aumentar o giro de produtos em oferta é fácil, mas gerar mais vendas em outros corredores e na própria categoria é desafiante. Envolve acertar o mix, os descontos, a configuração e o layout do tabloide. Sem medir adequadamente os resultados, não é possível apurar o que deu certo, ou errado, e nem decidir o que pode ser reforçado ou modificado.

O que evitar

Existem erros que não elevam o fluxo de clientes e o volume de vendas E existem excessos que prejudicam a rentabilidade

Os maiores erros

Incluir mais de uma marca de uma mesma categoria
Apresentar o mesmo item em várias páginas do tabloide
Usar o tabloide para escoar excesso de estoque
Não estimar corretamente a demanda do item em oferta
Criar tabloides com número excessivo de ofertas
Fonte: consultor Alexandre Ribeiro

25% Deve ser a participação média das ofertas no lucro bruto

Fonte: Rafael Faustino – 18/09/2015 | Supermercado Moderno